Chuva deixa Duque de Caxias submersa

Publicado: 13 de novembro de 2009 em Uncategorized

Fotos: Pedro Pantoja

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A chuva que caiu na noite da última quarta-feira, dia 11, deixou submersos diversos bairros dos municípios da Baixada Fluminense. A cidade mais atingida foi Duque de Caxias, onde milhares de pessoas ficaram ilhadas. No bairro Pilar, o canal do rio de mesmo nome, afluente do rio Iguaçu, transbordou e alagou dezenas de ruas. Morando há um ano na Rua Jurema Nunes e pagando R$ 350 de aluguel, a balconista Maria de Fátima Andrade, 49 anos, foi pega de surpresa.

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“Já tinha chovido outras vezes, mas nunca passei por uma enchente assim. O dono da casa desligou a eletricidade para evitar acidentes piores e o pior é que o nível da água não está baixando. Não sabemos quando tudo vai ser resolvido”, desabafou Fátima, que teve que faltar ao emprego para tentar salvar objetos.

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De acordo com a Secretaria de Educação de Duque de Caxias, cerca de oito mil alunos foram prejudicados, pois as aulas foram interrompidas em 19 escolas. Dez ficaram fechadas por causa da dificuldade de acesso pelas ruas próximas estarem debaixo d’água e outras nove não funcionaram por terem ficado alagadas.

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“As aulas também foram suspensas em escolas particulares. Com a casa alagada, os pais não tinham como levar os filhos para as aulas. Muitos sequer conseguiram ir trabalhar”, contou a professora Renata Fernandes do Nascimento, 28, funcionária do Centro Educacional Nóbrega Dias, também no bairro Pilar.

“Meu marido mora aqui desde que nasceu e eu moro há seis anos. Antes, o quintal enchia, mas a água não chegava a invadir a casa. Quase perdi as minhas coisas. Cheguei em casa às 21h de quarta-feira e encontrei tudo boiando”, contou a professora, que mora na Rua Nunes Teixeira.

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Sua vizinha, a dona-de-casa Miriam Souza dos Santos Gomes, também de 28, levou os filhos – de 6 e 9 anos de idade – para a casa da irmã, em um bairro próximo, e tentava salvar os colchões das crianças.

“Meu pai aumentou a entrada do imóvel duas vezes, para tentar impedir a entrada da água, mas não adiantou. Tô tentando não demonstrar, mas a tristeza é muita por ver as coisas perdidas. O colchão de casal nem adianta tentar salvar, pois já tá todo molhado e essa água não é limpa”, ressaltou Miriam, que colocou o que pôde em cima de móveis altos e cadeiras.

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“Não chove desde a madrugada, mas a água continua dentro de casa. Da última vez, demorou quatro dias para secar tudo. Tenho medo de levar um choque com esses fios dentro da água e desta vez eu vou ter que ir dormir em outro lugar, pois nem nadar eu sei”, lamentou a dona-de-casa, enquanto andava com água nos joelhos.

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Em outra residência na mesma rua, a vendedora Kátia Regina de Souza Amorim, 36, se refugiava no segundo andar da residência. Quem chegava ao endereço dela tinha a impressão de que o quintal era uma grande piscina.

“Sou nascida e criada aqui e a cada ano só piora. Imagine em janeiro, quando as chuvas são piores. Tudo dentro de casa ficou debaixo d’água e nem consegui ir trabalhar hoje. Ainda por cima, a bomba queimou e agora é a gente que fica no prejuízo”, enfatizou a vendedora.

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Na Rua Francisco Azevedo, foi um valão que transbordou, invadindo dezenas de residências e espalhando fezes pela via, que desemboca em outras cinco ruas. Quatro delas ficam entre o valão e o rio Pilar. Na Rua Jovina, uma família ficou ilhada no terraço. Moradores da casa ao lado, de apenas um piso, a doméstica Luciana da Silva Morais, 42, e o motorista Erinaldo Evaristo de Oliveira, 37, tiveram que se mudar às pressas.

“Às 23h a água começou a entrar em casa e ficamos com ela na altura da barriga. Não tivemos tempo de salvar nada. Saímos só com a roupa do corpo”, revelou a doméstica, que havia pagado o aluguel, no valor de R$ 180, na terça-feira, dia 10.

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“No dia anterior à tempestade entreguei o dinheiro à dona da casa e agora vou ter que pagar mais R$ 200 pelo aluguel da nova casa”, contou, enquanto acompanhava o marido, que carregava vasos de plantas e algumas panelas em direção à Rua Armando.

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A via também foi o destino do motorista Carlos Mendes, 19, que foi vítima da enchente na Rua José Teixeira e estava se mudando para a casa da sogra.

Segundo o secretário de Defesa Civil de Duque de Caxias, coronel Ronaldo Reis, o volume de chuva atingiu a marca de 76 milímetros, o equivalente a mais da metade da quantidade de chuva esperada para todo o mês de novembro (100 a 110 milímetros).

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Segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, ocorreram cinco desabamentos no município devido às fortes chuvas que aconteceram na noite de quarta-feira: três casas no bairro Parque Fluminense e duas no bairro Capivari. Outras 22 casas foram interditadas: sete casas em Vila Maria Helena e 15 em Campos Elíseos, onde, até a tarde de ontem, havia 15 pessoas desalojadas. Elas estão alojadas em uma igreja localizada no bairro.

As principais áreas atingidas foram as que integram o 2º Distrito de Duque de Caxias (Campos Elíseos): Jardim Primavera, Saracuruna, Vila Rosário, Vila São José, Pantanal, Parque Fluminense, Pilar, Cangulo, Cidade dos Meninos, Figueira, Chácaras Rio-Petrópolis, Chácara Arcampo, Vila Maria Helena, Parque Independência, Parque Chuno, Bom Retiro e Parque João Pessoa.

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Após vistoria em Campos Elíseos, o prefeito José Camilo Zito (PSDB), junto com técnicos da Prefeitura, culpou o assoreamento do canal Fabor, que passa por dentro da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), pela enchente no bairro.

“O canal está totalmente assoreado, o que impediu o escoamento das águas. Vamos exigir que a refinaria faça a limpeza do canal, pois é uma atribuição do Superintendente da Petrobras que não foi executada”, declarou Zito.

No bairro Pilar também houve deslizamento de barreira em uma obra de duplicação da RJ-101, na Avenida Presidente Kennedy. Um trecho de aproximadamente 50 metros foi interditado.

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“Esse trecho recebe uma média de 8 mil veículos e tivemos que interditá-lo para fazer a desobstrução da pista. A obra de duplicação começou há três anos e a previsão é de que a entreguemos em julho do ano que vem”, declarou o diretor de Obras Metropolitanas do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Ângelo Monteiro, que definiu a queda da barreira como de pequena proporção e informou que 20 homens foram mobilizados para a limpeza.

Em todo o município, participam de ações de limpeza e desobstrução de vias 30 agentes e 40 voluntários da Defesa Civil Municipal. Todo o efetivo da Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo, composto por 800 funcionários, também foram para as ruas. No total, foram usadas 16 retroescavadeiras, oito escavadeiras hidráulicas e uma dragline (escavadeira de longo alcance).

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Na Escola Estadual Parque Amorim, na Rua do Carmo, na Vila Leopoldina, foi instalada uma base de emergência. Equipes do Grupamento Aéro-Marítimo (GAM) da Polícia Militar, com um bote, e do Corpo de Bombeiros, com uma canoa, ficaram concentradas no endereço, junto a grupos da Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla), Instituto Estadual do Ambiente (IEA), da Defesa Civil e outros órgãos estaduais.

A poucos metros da unidade de ensino, uma placa anunciava obras do Governo do Estado em parceria com o Governo Federal. Integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com verba de mais de R$ 189 milhões para “intervenções estruturais do projeto de controle de inundações e recuperação ambiental da bacia dos rios Iguaçu, Bota e Sarapuí”.

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O governador Sérgio Cabral Filho falou por telefone sobre as enchentes no Estado do Rio de Janeiro com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no início da tarde de ontem. O presidente garantiu a Cabral e ao ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, os recursos necessários – por meio de uma Medida Provisória a ser editada – para atender os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná, prejudicados pelas fortes chuvas. Serão destinados R$ 400 milhões para socorro, reconstrução e prevenção aos quatro estados.

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O governador anunciou também duas medidas de emergência para a população atingida: o aluguel social e a montagem imediata de um Hospital de Campanha, em Belford Roxo. Ele lembrou ainda que o Estado tem investimentos da ordem de R$ 360 milhões em obras de limpeza e dragagem nos rios Botas, Sarapuí e Iguaçu, e que nas localidades onde ocorrem as obras não houve problemas com as enchentes.

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Os recursos para o aluguel social, que vão ser repassados pelos municípios a pessoas temporariamente impedidas de voltar para suas casas, serão destinados pelo Governo do Estado para as prefeituras de Belford Roxo e Duque de Caxias, as cidades mais prejudicadas. Em relação ao Hospital de Campanha, Cabral informou que o equipamento acabou de ser comprado pelo Governo e será utilizado imediatamente nesta emergência. A unidade terá capacidade para atender até 500 pessoas por dia e será instalada no Clube Vale do Ipê, no bairro Lote XV, que fica em Belford Roxo, na divisa com Duque de Caxias.

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As medidas foram tomadas durante reunião realizada no Grupamento de Operações de Produtos Perigosos (GOPP) da Reduc, em Caxias, na tarde de ontem. Além de Cabral, Geddel e do vice-governador, Luiz Fernando Pezão, participaram do encontro a secretária nacional de Defesa Civil, Ivone Valente; o secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado, coronel Pedro Machado; e os prefeitos de Belford Roxo e Duque de Caxias, Alcides Rolim e José Camilo Zito, respectivamente. A reunião aconteceu depois de um sobrevoo de Cabral e Geddel na Baixada Fluminense, região mais atingida pelas chuvas.

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comentários
  1. alan disse:

    caxias esta totalmente abandonada o povo esta sofrendo cade este politicos que so saber fica falando!!!!acorda caxias

  2. João da Silva disse:

    Só quero ver na próxima eleição se essa corja safada e sem morla vai ganhar novamente a eleição! O povo não acorda e continua elegendo esse bando de canalha q responde processo por homicídio do Ricardão (pq foi corno) e já tem fazenda com inúmeras cabeças de gado que comprou com o dinheiro do povo….

    ACORDA POVO DO PILAR E VAMOS DEIXAR DE ELEGER ESSE BANDO DE FDP!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  3. luis carlos disse:

    oi sou morador do pilar nao deixei por conta do prefeito as obras si nao tomos perdidos aqui vivemos no meio de uma guerra politica

  4. luis carlos disse:

    a ainda tem politico qui tem redes de super mercado por aqui ainda fala de direito humano si essa pessoa nao e digno do cargo que exerce na camera de deputado como pode isso acorda pilar temos qui ser nosso porta voz a voz e do povo temos qui boicota esas raposa velha si nao agente vai fica cada ves mas na lama e eles no bem bom e rindo da gente e asim qui els todos fazem

  5. Juliana disse:

    É imprecionante como o post simplesmente parece ser dos dias de hoje 25/04/11 Caxias está na mesma só neste mês passamos por 3 enchentes e o governo não se meche. Faz reforminha de praça, coloca calçadinha bunitinha, poe chafariz, esguicho d’água no calçadão e o povo morrendo afogado!!!

  6. marcos viana disse:

    zito vc é um pessimo prefeito,vc falou uma vez que não queria samango do teu lado,referindo os vigilantes,respeito tá,tem vigilante que infelismente votou em vc,talvez por nãao saber,dos teus preconceito de vigilante.

  7. Leonardo disse:

    Se tivesse feito uma praça no rio da beira-rio no pilar,nao iria transbordar e encher nossas casas muita gente pegou doença nessa enchente de muitos ratos que passeavam pela nossa casa,não merecemos isso,o povo do pilar é guerreiro e trabalhador e nao merece essas circunstancias.isso vale para os vereadores do pilar que nao tomam providencias.vereadores-marcelo e eduardo ..queremos uma praça na beira-rio.votamos em voces e queremos que vcs retribuem para gente de alguma forma.

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