Fotos: Bruno Gonzalez
Dois acusados de pertencerem à facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) e de terem envolvimento com o tráfico de drogas no Complexo do Caju, no bairro de mesmo nome, na Zona Portuária do Rio, morreram após trocar tiros com policiais militares do 4º BPM (São Cristóvão), na manhã desta quarta-feira, dia 4.
Composto pelas localidades Parque Alegria, Parque Boa Esperança, Parque da Conquista, Parque São Sebastião, Parque Vitória e Parque Nossa Senhora da Penha, o Complexo do Caju foi ocupado por dois blindados do Comando Tático Regional (Cotar) e por equipes do Serviço de Inteligência (P-2) e do Grupamento de Ações Táticas (GAT), que tinham como objetivo realizar o cumprimento de 20 mandados de prisão.
Dos procurados, apenas um foi localizado: um menor de 17 anos de idade que teve mandado de prisão expedido pela Justiça por assalto a mão armada. Os policiais encontraram dificuldades para efetuar outras prisões, pois ou os endereços que constavam nos documentos eram inexistentes ou não havia ninguém nos imóveis. Assim que os PMs chegaram na Rua do Amanhecer, a poucos metros do principal acesso ao Parque São Sebastião, foram recebidos a tiros.
No confronto, dois homens foram baleados. Um deles era conhecido como Mascherano e o outro pelo vulgo de Fluminense. Eles ainda foram socorridos pelos próprios PMs e levados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas não resistiram aos ferimentos. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) do Centro e a Polícia aguarda que familiares compareçam com documentos de identificação para realizar o reconhecimento. Com a dupla, os PMs apreenderam uma pistola calibre 380, além de quantidade de crack e cocaína. O registro foi feito na 17ª DP (São Cristóvão).
Para a mesma delegacia foram levados os equipamentos apreendidos em um sobrado na Rua da Felicidade, no Parque Boa Esperança, onde funcionava uma rádio pirata. De acordo com a Polícia, as transmissões provocavam interferência na rota de aviões. No final da tarde, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) estiveram no local acompanhados pelo veículo blindado da PM para realizar uma perícia que será anexada ao inquérito policial.
A crueldade dos criminosos que controlam a venda de drogas no Complexo do Caju revoltou moradores da Favela Parque São Sebastião, no último dia 17 de fevereiro. Na ocasião, após correr por cerca de dez minutos e pular diversas lajes de imóveis localizados em becos e travessas da região, o pedreiro Paulo Marques, 58 anos, teve a vida salva por uma equipe do GAT do 4º BPM. O pedreiro fugia de traficantes da ADA que controlam a venda de drogas na região e o ameaçaram de morte após sua recusa em permitir que eles montassem um ponto de endolação em sua residência.