Atoladinho na cadeia: Polícia tira Tola de circulação

Publicado: 25 de abril de 2009 em Uncategorized

Fotos: Vitor Silva

tola

Pouco mais de dois meses após a megaoperação realizada no Complexo da Coréia em busca do líder do tráfico na região, o traficante Márcio da Silva Lima, o Tola, 35 anos, foi preso. A prisão foi realizada por equipes da 38ª DP (Brás de Pina) em uma fazenda de café na cidade de Durandé, no interior de Minas Gerais, nesta sexta-feira, dia 24.

Fachada da fazenda onde o traficante Tola estava escondido

Fachada da fazenda onde o traficante Tola estava escondido

Ligado à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), Tola controlava a venda de drogas no Complexo da Coréia – composto pelas favelas Coréia, Vila Aliança, Rebu, Taquaral e Jabour, que cortam os bairros Senador Camará, Realengo e Bangu.

A plantação de café existente na propriedade localizada no interior de Minas Gerais

A plantação de café existente na propriedade localizada no interior de Minas Gerais

No início desse ano, o criminoso perdeu dois de seus homens de confiança. Enquanto Leonardo Fragoso da Silva, o Léo Vascão, 26, morreu em fevereiro, Juarez Mendes da Silva, o Aranha, foi morto em março. Os dois trocaram tiros com policiais militares do 14º BPM (Bangu). Depois das mortes de seus comparsas, ele passou a dividir do Complexo da Coréia com Luiz Cláudio Cândido, o Claudinho Nonô.

Márcio da Silva Lima, o Tola, 35 anos

Márcio da Silva Lima, o Tola, 35 anos

Rejeitado pelos moradores, ele acabou perdendo poder há dez dias, quando os traficantes Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, e Nei da Conceição Cruz, o Facão, ganharam o benefício de trabalho extra-muros e não voltaram ao Instituto Penal Cândido Mendes, no Centro do Rio. Dois dos maiores líderes do TCP, eles ordenaram o afastamento de Tola que, com medo de morrer, acabou fugindo.

Na quarta-feira à noite, policiais da 38ª DP seguiram para a cidade mineira, de apenas 6 mil habitantes, onde o criminoso estaria refugiado há cerca de uma semana. Após 24 horas dentro de dois carros, os agentes efetuaram a prisão, que ocorreu por volta de 9h30 de sexta-feira. Só para chegar à fazenda, que tem cinco suítes, foi necessário percorrer uma estrada de terra de 15 quilômetros.

Foto feita pelos policiais no interior da casa da fazenda

Foto feita pelos policiais no interior da casa da fazenda

Na Vila Aliança, nenhuma casa era vendida ou alugada sem passar pelo crivo da quadrilha: Tola exigia nome, profissão e origem do novo morador. As determinações foram coladas em cartazes comunicando que qualquer negócio teria que passar pela aprovação dele. O bandido também proibia que moradores circulassem pela favela com os vidros dos carros fechados e falassem no celular em locais onde ele estivesse. Outra proibição afetava o guarda-roupa da comunidade: ninguém podia usar peças de vermelha, por causa da facção rival Comando Vermelho (CV).

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Contra Tola havia cinco mandados de prisão expedidos pela Justiça – sendo quatro por homicídio e outro por tráfico de drogas. Ele também tinha 11 passagens pela Polícia, a maioria por homicídio e tráfico de entorpecentes. Com 15 marcas de tiros pelo corpo – sendo 13 de fuzil – o criminoso não conseguia mais correr, depois de ter sido baleado em uma das pernas.

O delegado Luís Alberto Cunha de Andrade, titular da 38ª DP, afirmou que Tola assumiu o controle do tráfico de drogas nas favelas de Senador Camará após a morte do traficante Robson André da Silva, o Robinho Pinga, em dezembro de 2007.

“Temos informações de que ele tentava expandir sua área de atuação para as comunidades de Parada de Lucas e Vigário Geral”, informou o delegado.

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O diretor do Departamento de Polícia da Capital (DPC), delegado Ronaldo Oliveira, disse que as investigações vão continuar para desarticular o tráfico de drogas na Zona Oeste do Rio.

“Começamos o ano muito bem, prendendo um dos maiores traficantes do Rio. Ele era uma peça importante na organização criminosa que age naquela região. Era um bandido cruel que sempre resistia às nossas operações”, destacou Ronaldo, lembrando que, em uma dessas ações, na Favela da Coréia, equipes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) apreenderam dois jacarés usados pela quadrilha de Tola para torturar e intimidar vítimas de seqüestros-relâmpagos.

Arquivo Complexo da Coréia

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comentários
  1. Papa Charlie disse:

    Bem feito,já tinha que ser morto que tempo,o bicho com 13 tiros de fuzil no corpo não morreu mais agora vai morrer na cadeia, a VILA ALIANÇA não merecia isso…ADEUS Tolinha……….

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