Arquivo de maio, 2010

Fotos: Pedro Pantoja e Pedro Teixeira

Um policial militar morreu e outros dois ficaram feridos após um ataque criminoso que começou no Posto de Policiamento Móvel (PPM) de Mariópolis, em Anchieta, na Zona Oeste do Rio, e terminou na Avenida Brasil, na altura da Favela de Parada de Lucas, na Zona Norte. Uma criança de 6 anos, moradora da Favela Vigário Geral, acabou atingida no braço por uma bala perdida, enquanto brincava em casa.

O incidente teve início às 11h15 desta quarta-feira, dia 26 de maio, quando três homens se aproximaram do PPM – também conhecido como Trailer da PM – localizado na Rua Sebastião Santana e chegaram perto dos policiais simulando querer fazer uma pergunta, quando efetuaram diversos disparos.

Lotados no 14º BPM (Bangu), o sargento Ulisses Alves Correia Filho, 50 anos, e o soldado Alberto José dos Santos, 30, que estavam de serviço no posto, sequer tiveram tempo de reagir. O sargento – que estava na corporação há 26 anos, era casado e deixou três filhos – foi atingido na cabeça. Ele tinha planos para se aposentar ainda esse ano e chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas não resistiu.

O soldado – que está na PMERJ desde 2006 e tem um filho – foi baleado no pescoço. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, sendo posteriormente transferido para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, na região central do Rio.

Os bandidos fugiram no Astra dourado placa KVR 2376, de Miguel Pereira, que havia sido roubado de um tenente reformado da Marinha, horas antes, na área da 9ª DP (Catete). O assalto ocorreu na esquina das ruas do Russel com Augusto Severo, na Glória, na Zona Sul do Rio.

“Estava parado no sinal, quando um deles veio pela frente apontando uma arma e outros dois vieram pelos lados. Ainda tentei pegar minha carteira com documentos e meu celular, mas já era tarde”, disse o militar.

A Sala de Operações do 14º BPM, com o apoio do monitoramento por câmeras, fez alerta via rádio informando a localização exata do veículo dos assassinos, que fugiram pela Avenida Marechal Alencastro, sentido Avenida Brasil. Um cerco com todas as viaturas do batalhão se estendeu à via, no sentido Centro do Rio. Como a avenida é área de responsabilidade do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRV), esta unidade apoiou a ação.

Na altura do nº 15.001 da Avenida Brasil, em Parada de Lucas, o veículo foi interceptado e os três ocupantes atiraram contra os PMs, reagindo à voz de prisão. Os policiais reagiram e no confronto o capitão Alan de Luna Freire foi atingido de raspão no pé esquerdo. A menina Ana Paula Lopes Gomes, 6, que brincava com uma prima no terraço de casa, em Vigário Geral, foi atingida no braço por uma bala perdida.

Ela passou foi submetida à cirurgia que durou seis horas, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e não tem previsão de alta, apesar de estar lúcida e fora de perigo. Os três criminosos foram levados para o Hospital Estadual Albert Schweitzer. O trio não resistiu aos ferimentos, mas apenas um deles foi identificado: Bruno Andrade Almeida, 32, que possuía oito anotações criminais por roubo, formação de quadrilha, receptação e extorsão, possuindo uma condenação de 5 anos e 9 meses por roubo.

Os PMs recuperaram o armamento do Trailer Mariópolis e apreenderam ainda uma pistola HK nove milímetros, uma pistola Taurus calibre 40 com a numeração raspada e uma espingarda calibre Super 12.

O corpo do sargento Ulisses foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, no início da tarde desta quinta-feira, dia 27 de maio. Cerca de 200 pessoas, entre familiares, amigos e colegas de farda, acompanharam o cortejo, que não contou com a presença do governador Sérgio Cabral Filho, do secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, nem do comandante geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte.

Acompanhe aqui a Estatística de Policiais Mortos e Baleados no Estado do Rio em 2010

estatística

Fotos: Pedro Pantoja e Pedro Teixeira

Um policial militar morreu e outros dois ficaram feridos após um ataque criminoso que começou no Posto de Policiamento Móvel (PPM) de Mariópolis, em Anchieta, na Zona Oeste do Rio, e terminou na Avenida Brasil, na altura da Favela de Parada de Lucas, na Zona Norte. Uma criança de 6 anos, moradora da Favela Vigário Geral, acabou atingida no braço por uma bala perdida, enquanto brincava em casa.

O incidente teve início às 11h15 desta quarta-feira, dia 26 de maio, quando três homens se aproximaram do PPM – também conhecido como Trailer da PM – localizado na Rua Sebastião Santana e chegaram perto dos policiais simulando querer fazer uma pergunta, quando efetuaram diversos disparos.

Lotados no 14º BPM (Bangu), o sargento Ulisses Alves Correia Filho, 50 anos, e o soldado Alberto José dos Santos, 30, que estavam de serviço no posto, sequer tiveram tempo de reagir. O sargento – que estava na corporação há 26 anos, era casado e deixou três filhos – foi atingido na cabeça. Ele tinha planos para se aposentar ainda esse ano e chegou a ser levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ricardo de Albuquerque, mas não resistiu.

O soldado – que está na PMERJ desde 2006 e tem um filho – foi baleado no pescoço. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, sendo posteriormente transferido para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, na região central do Rio.

Os bandidos fugiram no Astra dourado placa KVR 2376, de Miguel Pereira, que havia sido roubado de um tenente reformado da Marinha, horas antes, na área da 9ª DP (Catete). O assalto ocorreu na esquina das ruas do Russel com Augusto Severo, na Glória, na Zona Sul do Rio.

“Estava parado no sinal, quando um deles veio pela frente apontando uma arma e outros dois vieram pelos lados. Ainda tentei pegar minha carteira com documentos e meu celular, mas já era tarde”, disse o militar.

A Sala de Operações do 14º BPM, com o apoio do monitoramento por câmeras, fez alerta via rádio informando a localização exata do veículo dos assassinos, que fugiram pela Avenida Marechal Alencastro, sentido Avenida Brasil. Um cerco com todas as viaturas do batalhão se estendeu à via, no sentido Centro do Rio. Como a avenida é área de responsabilidade do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRV), esta unidade apoiou a ação.

Na altura do nº 15.001 da Avenida Brasil, em Parada de Lucas, o veículo foi interceptado e os três ocupantes atiraram contra os PMs, reagindo à voz de prisão. Os policiais reagiram e no confronto o capitão Alan de Luna Freire foi atingido de raspão no pé esquerdo. A menina Ana Paula Lopes Gomes, 6, que brincava com uma prima no terraço de casa, em Vigário Geral, foi atingida no braço por uma bala perdida.

Ela passou foi submetida à cirurgia que durou seis horas, no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e não tem previsão de alta, apesar de estar lúcida e fora de perigo. Os três criminosos foram levados para o Hospital Estadual Albert Schweitzer. O trio não resistiu aos ferimentos, mas apenas um deles foi identificado: Bruno Andrade Almeida, 32, que possuía oito anotações criminais por roubo, formação de quadrilha, receptação e extorsão, possuindo uma condenação de 5 anos e 9 meses por roubo.

Os PMs recuperaram o armamento do Trailer Mariópolis e apreenderam ainda uma pistola HK nove milímetros, uma pistola Taurus calibre 40 com a numeração raspada e uma espingarda calibre Super 12.

O corpo do sargento Ulisses foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, no início da tarde desta quinta-feira, dia 27 de maio. Cerca de 200 pessoas, entre familiares, amigos e colegas de farda, acompanharam o cortejo, que não contou com a presença do governador Sérgio Cabral Filho, do secretário de Estado de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, nem do comandante geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte.

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estatística

Virou moda: após denúncia exclusiva do Jornal Povo do Rio e do Pauta do Dia da liberação de integrantes do chamado Bonde do Mão mediante o pagamento de R$ 200 mil e a entrega de quatro fuzis a policiais do 9º BPM (Rocha Miranda), no último dia 17 de abril (relembre), a Polícia é alvo de mais uma denúncia de extorsão. Dessa vez, envolvendo policiais e traficantes do Complexo da Coréia, ligados à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).

Eles teriam sido responsáveis pela prisão do criminoso conhecido como Barriga, apontado como terceiro homem na hierarquia da quadrilha que atua na região, ficando atrás apenas de um bandido conhecido como Peixe e de Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, 34 anos. O traficante teria sido retirado da Favela Vila Aliança em um veículo descaracterizado e liberado após o pagamento de um resgate estipulado em R$ 500 mil.

O alto valor chegou a levantar a suspeita de que Matemático – foragido da Justiça há um ano – poderia estar junto. A quantia é 16 vezes maior que a recompensa oferecida pelo Disque-Denúncia por informações que levem à prisão de Matemático, que está evadido do Sistema Penal desde o mês de abril do ano passado. Na ocasião, ele conquistou o benefício de cumprir o restante de sua pena no regime semi-aberto.

Ele garantiu que trabalharia na Funerária Água Branca, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, e voltaria à cadeia para dormir, mas não retornou. O estabelecimento pertence ao filho da advogada Amélia Gomes Kiffer, que defende o criminoso. Preso em 2004, Matemático tem 13 anotações criminais e duas condenações, totalizando 12 anos de cadeia.

A extorsão teria sido cometida nesta quarta-feira, dia 19 de maio, na véspera da mega operação realizada pela PM no Complexo da Coréia – composto pelas favelas Coréia, Taquaral, Rebu, Jabour e Vila Aliança, que possui acessos pelos bairros Senador Camará e Bangu, na Zona Oeste do Rio.

O traficante foi reconhecido por uma deficiência que tem na bochecha do lado esquerdo, provocada por um ferimento causado após ele ter sido baleado no rosto.

O Serviço de Inteligência (P-2) do 14º BPM (Bangu) confirmou que recebeu a denúncia e de que ela envolveria policiais civis. O sub-comandante do 14º BPM, tenente-coronel Ricardo Britto, afirmou que a informação foi investigada.

“O que eu posso garantir é que apuramos a denúncia e constatamos que não havia envolvimento de policiais militares. Verificamos que nenhum PM lotado na unidade cometeu qualquer desvio de conduta”, afirmou o oficial.

A delegada Márcia Julião, titular da 34ª DP (Bangu), afirmou não ter tido acesso à denúncia.

No dia seguinte ao incidente, cerca de 200 policiais ocuparam o conjunto de favelas durante operação que durou sete horas e terminou com cinco mortos e a prisão de 13 acusados de envolvimento com o tráfico na região. Além disso, os PMs recuperaram quatro carros e uma moto e apreenderam 6.060 pedras de crack e 10 armas – sendo dois fuzis, seis pistolas, uma escopeta calibre 12 e um revólver calibre 38.

A operação vinha sendo planejada há um mês e ocorreu após um integrante do TCP que fazia parte do tráfico no Complexo da Coréia ter sido ameaçado de morte. Ele resolveu fugir da favela, mas, antes, fez uma filmagem onde aparecem todos os antigos comparsas. A gravação, com duração de aproximadamente 40 minutos, foi entregue ao comandante do 14º BPM, tenente-coronel José da Silva Macedo.

As imagens foram esmiuçadas para auxiliar na identificação de todos os traficantes que atuam na região e foram usadas como base na operação da última quinta-feira.

Virou moda: após denúncia exclusiva do Jornal Povo do Rio e do Pauta do Dia da liberação de integrantes do chamado Bonde do Mão mediante o pagamento de R$ 200 mil e a entrega de quatro fuzis a policiais do 9º BPM (Rocha Miranda), no último dia 17 de abril (relembre), a Polícia é alvo de mais uma denúncia de extorsão. Dessa vez, envolvendo policiais e traficantes do Complexo da Coréia, ligados à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP).

Eles teriam sido responsáveis pela prisão do criminoso conhecido como Barriga, apontado como terceiro homem na hierarquia da quadrilha que atua na região, ficando atrás apenas de um bandido conhecido como Peixe e de Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, 34 anos. O traficante teria sido retirado da Favela Vila Aliança em um veículo descaracterizado e liberado após o pagamento de um resgate estipulado em R$ 500 mil.

O alto valor chegou a levantar a suspeita de que Matemático – foragido da Justiça há um ano – poderia estar junto. A quantia é 16 vezes maior que a recompensa oferecida pelo Disque-Denúncia por informações que levem à prisão de Matemático, que está evadido do Sistema Penal desde o mês de abril do ano passado. Na ocasião, ele conquistou o benefício de cumprir o restante de sua pena no regime semi-aberto.

Ele garantiu que trabalharia na Funerária Água Branca, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, e voltaria à cadeia para dormir, mas não retornou. O estabelecimento pertence ao filho da advogada Amélia Gomes Kiffer, que defende o criminoso. Preso em 2004, Matemático tem 13 anotações criminais e duas condenações, totalizando 12 anos de cadeia.

A extorsão teria sido cometida nesta quarta-feira, dia 19 de maio, na véspera da mega operação realizada pela PM no Complexo da Coréia – composto pelas favelas Coréia, Taquaral, Rebu, Jabour e Vila Aliança, que possui acessos pelos bairros Senador Camará e Bangu, na Zona Oeste do Rio.

O traficante foi reconhecido por uma deficiência que tem na bochecha do lado esquerdo, provocada por um ferimento causado após ele ter sido baleado no rosto.

O Serviço de Inteligência (P-2) do 14º BPM (Bangu) confirmou que recebeu a denúncia e de que ela envolveria policiais civis. O sub-comandante do 14º BPM, tenente-coronel Ricardo Britto, afirmou que a informação foi investigada.

“O que eu posso garantir é que apuramos a denúncia e constatamos que não havia envolvimento de policiais militares. Verificamos que nenhum PM lotado na unidade cometeu qualquer desvio de conduta”, afirmou o oficial.

A delegada Márcia Julião, titular da 34ª DP (Bangu), afirmou não ter tido acesso à denúncia.

No dia seguinte ao incidente, cerca de 200 policiais ocuparam o conjunto de favelas durante operação que durou sete horas e terminou com cinco mortos e a prisão de 13 acusados de envolvimento com o tráfico na região. Além disso, os PMs recuperaram quatro carros e uma moto e apreenderam 6.060 pedras de crack e 10 armas – sendo dois fuzis, seis pistolas, uma escopeta calibre 12 e um revólver calibre 38.

A operação vinha sendo planejada há um mês e ocorreu após um integrante do TCP que fazia parte do tráfico no Complexo da Coréia ter sido ameaçado de morte. Ele resolveu fugir da favela, mas, antes, fez uma filmagem onde aparecem todos os antigos comparsas. A gravação, com duração de aproximadamente 40 minutos, foi entregue ao comandante do 14º BPM, tenente-coronel José da Silva Macedo.

As imagens foram esmiuçadas para auxiliar na identificação de todos os traficantes que atuam na região e foram usadas como base na operação da última quinta-feira.

Fotos: Pedro Teixeira

Após seis meses de investigações, policiais da 36ª DP (Santa Cruz) prenderam o motorista Francisco Ferreira Vieira, 33 anos, com 30 quilos de skank – uma espécie de maconha modificada em laboratório. Cada quilo da droga está avaliado em R$ 2 mil. A prisão foi efetuada na Rodoviária Novo Rio, no bairro Santo Cristo, na Zona Portuária do Rio, na noite desta quinta-feira, dia 20 de maio.

Morador do Morro do Tuiuti, ele entregaria o Skank para o traficante Marcelo Negão, que controla a venda de drogas na Favela Barreira do Vasco, também em São Cristóvão, pertencente à facção criminosa Comando Vermelho (CV). Após embaladas em trouxinhas, elas seriam divididas com o traficante Marcelo da Silva Soares, o Macarrão ou Cazuza, 39, líder do tráfico na Favela de Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio.

De acordo com a Polícia, a droga vinha de Osasco, em São Paulo, e seria entregue no Morro do Tuiuti, em São Cristóvão, na Zona Norte, de onde seguiria paras as favelas de Antares, Barreira do Vasco e para o Morro do Tuiuti. Ainda segundo os policiais, o motorista fazia a viagem duas vezes por semana e receberia R$ 3 mil pela entrega.

O delegado José Morais, titular da 36ª DP, revelou que esta droga está chegando ao Estado do Rio agora.

“Tem pouco tempo que o skank começou a ser comercializado no Rio e temos uma grande desconfiança de que os traficantes estão fracionando as quantidades, para não sofrerem grandes prejuízos, pois essa droga é mais cara”, revelou o delegado.

“Enquanto o THC, princípio ativo da maconha, é de 2,5% na maconha comum, no skank esse valor é de 12,6%. Eles têm feio o tráfico formiguinha, trazendo pequenas quantidades, principalmente em viagens de ônibus”, explicou.

Também conhecido como skunk ou supermaconha, o skank é a maconha produzida em laboratório, cultivada através de sistema hidropônico, podendo alcançar alto teor de THC.

Leia esta matéria no novo PAUTA DO DIA: Matemático soma várias baixas na Coréia

“A dor da perda eu já senti. O pior de tudo é não poder enterrar o meu próprio filho”. As palavras de uma funcionária da área de Saúde de 49 anos revelam umas das faces mais cruéis do submundo do crime no Estado: os chamados tribunais do tráfico.

No último dia 7, o manobrista Alex Sandro Rodrigues Ramos, 28, saiu de sua residência, no Jardim Catarina, em São Gonçalo, para se encontrar com a namorada no Morro do Serrão, no Cubango, na Zona Norte de Niterói, e nunca mais foi visto. De acordo com informações repassadas por populares à família, ele teria sido executado após se desentender com o então chefe do tráfico de drogas na comunidade, Rodrigo Ferreira de Oliveira, o Cabrão, 25, morto em confronto com policiais do 12º BPM (Niterói) há seis dias durante uma tentativa de invasão ao Morro do Boa Vista, em São Lourenço, também em Niterói. O corpo do manobrista teria sido enterrado no alto da comunidade.

“Meu filho chegou em casa dizendo que teve um atrito com o Cabrão, pois tentou impedi-lo de bater e cortar os cabelos de uma mulher. Cheguei a dizer que ele havia assinado a própria sentença de morte e pedi que não voltasse mais lá, mas ele não me ouviu”, contou, muito abalada, a mãe do jovem.

De acordo com a Polícia, na lei do tráfico, os criminosos costumam cortar os cabelos de mulheres como forma de punição por pequenos delitos cometidos na comunidade.

Após completados dois dias do desaparecimento, ela resolveu tomar uma atitude extrema: procurar o próprio Cabrão para questioná-lo sobre o desaparecimento do filho.

“Vim aqui (no Serrão) e conversei com ele, que me garantiu que nada disso havia acontecido. Só quero poder enterrar meu filho”, completou.

Aflitos com o desaparecimento de Alex, seus familiares se sentiram encorajados em comunicar o fato à Polícia após serem informados sobre a morte de Cabrão.

Na manhã desta quarta-feira, dia 19 de maio, agentes da Delegacia de Dedicação Total ao Cidadão (Dedic) da 77ª DP (Icaraí), com o apoio de policiais da Companhia Independente de Cães da Polícia Militar, realizaram buscas ao corpo do jovem em um matagal, no alto do Morro do Serrão. A informação sobre o local onde o rapaz teria sido enterrado foi recebida através de um telefonema anônimo destinado á mãe da vítima. No local indicado, os policiais encontraram apenas uma camisa preta com diversas perfurações, possivelmente provocadas por disparos de arma de fogo. A mão da vítima reconheceu a peça como sendo do filho. O material foi recolhido pelos policiais e deve ser encaminhado à perícia técnica.

Os agentes informaram que vão aguardar informações precisas sobre a localização do corpo para retomar as buscas.

Uma tentativa de sequestro relâmpago terminou em perseguição por pelo menos oito bairros da Região Oceânica e Zona Sul de Niterói, tiros e na prisão de dois homens, na manhã desta quarta-feira, dia 19 de maio.

A vítima, uma dona de casa de 34 anos, foi rendida pelos criminosos em frente à sua residência, na Avenida Central, em Itaipu. Armados com um revólver calibre 38, os bandidos obrigaram a mulher a entrar no próprio veículo, a caminhonete Mitsubishi L200, placa DRO 0948, e seguiram com ela para tentar realizar saques em uma agência bancária.

Policiais do 12º BPM (Niterói), lotados no Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Maria Paula, receberam uma informação de que havia um sequestro em andamento e iniciaram as buscas pela região. No Campo do Cruzeiro, no bairro Badu, na região de Pendotiba, os policiais cruzaram com os criminosos e iniciaram a perseguição, que terminou na Rua Padre Emílio Miotti, em Santa Rosa, onde os bandidos bateram com um carro em um muro. Cercados, eles ainda tentaram acionar a marcha à ré, mas o veículo não respondeu.

A vítima se aproveitou do nervosismo dos bandidos, abriu a porta e correu. Os PMs efetuaram disparos para o alto e a dupla resolveu se entregar. Com Dheison da Silva Andrade, 20, e Marco Antônio Marins Neves, 30, ambos moradores do bairro Porto Velho, em São Gonçalo, os policiais encontraram um revólver calibre 38 com seis munições. Além do veículo da dona de casa, os militares também recuperaram o Honda Fit, placa KYQ 2680, que também havia sido furtado pelos criminosos. Eles foram encaminhados à 77ª DP (Icaraí), onde o caso foi registrado.

Uma operação para coibir o uso da Rodovia Amaral Peixoto (RJ-104) como rota do tráfico de drogas para a Região dos Lagos terminou na prisão de André Martins dos Santos, 33 anos, na manhã desta terça-feira, dia 18 de maio.

Ele foi flagrado em um ônibus da Viação 1001 com um tablete e meio de maconha – pesando aproximadamente um quilo e meio da droga – durante a ação deflagrada por militares do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), que compõem o Policiamento Transportado em Ônibus Urbano (Ptou), com o apoio do Canil do 7º BPM (São Gonçalo).

Segundo os policiais, o coletivo, que saiu de Niterói em direção a Araruama, foi interceptado na localidade de Figueira, próximo ao bairro Santa Bárbara, na Zona Norte de Niterói. Ao entrarem no ônibus, a cadela Ranger e o cão Bento, ambos da raça labrador e adestrados para farejar drogas, ficaram bastante agitados ao se aproximarem de André. No fundo de um saco que ele carregava, os policiais encontraram todo o entorpecente. Inicialmente, o acusado alegou que a droga não lhe pertencia, afirmando que veio de Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense, e, após fazer uma baldeação na Zona Portuária do Rio, deslocou-se para o Centro de Niterói, onde pegou o coletivo em direção à Região dos Lagos.

O preso foi conduzido à 78ª DP (Fonseca), onde os agentes constataram que ele possuía duas anotações criminais, uma por furto e a outra por porte e uso de entorpecente. Após ser atuado por tráfico de drogas, André foi encaminhado a uma carceragem da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter), onde ficará à disposição da Justiça.

No último sábado, dois homens foram presos com drogas cumprindo o mesmo trajeto na RJ-104. Na ocasião, o cobrador Cléder de Moura Aurélio, 24, que estava com seu uniforme de trabalho, e Nilson Jhonatan do Nascimento Silva, 18, também foram flagrados em um ônibus da Viação 1001, que fazia a linha Niterói-Araruama, na altura do quilômetro 2,5 da rodovia. Com eles, os PMs encontraram cinco tabletes de maconha e 17 sacolés de cocaína. Em depoimento, eles contaram que haviam comprado os entorpecentes na Favela de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, para revendê-los em Bacaxá, distrito de Saquarema, também na Região dos Lagos.

Dois moradores foram baleados durante uma disputa pelo controle da venda de drogas na Zona Norte de Niterói, na madrugada desta quinta-feira, dia 13 de maio. A Polícia investiga se a ação seria uma retaliação à chacina ocorrida há um mês no Morro do Holofote, no Barreto, também na Zona Norte do município.
Na ocasião, cinco pessoas, sendo três da mesma família, foram executadas. Entre as vítimas estava Edilaine da Silva Pacheco, 26 anos, ex-mulher de um traficante conhecido como Jiló, que teria comandado a ação na madrugada de ontem.

O confronto ocorreu por voltas das 3h e durou até o início da manhã. Traficantes do Morro do Juca Branco, no Cubango, ligados à facção criminosa Comando Vermelho (CV), invadiram a comunidade vizinha, o Morro do Boa Vista, em São Lourenço, cujas bocas-de-fumo são controladas por criminosos da facção rival, Amigos dos Amigos (ADA).

Segundo testemunhas, os bandidos teriam invadido residências, espancado e estuprado moradores. Entretanto, policiais da 78ª DP (Fonseca) não confirmaram essa informação. No confronto entre os criminosos, Claudete Oliveira Cabral, 41, e Waynrrinson Lanona Alves, 22, que seriam moradores da comunidade, foram atingidos por balas perdidas. Eles foram socorridos e encaminhados ao Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no Fonseca.

Policiais do 12º BPM (Niterói) realizaram incursões no Morro do Boa Vista em busca dos criminosos, mas não conseguiram encontrá-los. No alto da comunidade, os PMs encontraram uma bomba de fabricação caseira, que teria sido utilizada na invasão.

“Fizemos investigações preliminares e o caso será remetido à 76ª DP (Centro de Niterói), responsável pela área. Não podemos afirmar se há relação entre os crimes, mas sabemos que quem comandou a invasão foi um traficante conhecido como Jiló”, explicou o delegado Reginaldo Guilherme da Silva, titular da 78ª DP.

Edson Pacheco, 63 anos

A chacina no Morro do Holofote, no Barreto, ocorreu na madrugada do dia 14 de abril desse ano. Pelo menos sete homens armados e encapuzados chegaram na comunidade em um Corcel prata. Em uma casa na Travessa Espacial, foram mortos Edson Pacheco, 63, a filha dele, Edilane da Silva Pacheco, 26 — grávida de quatro meses — e o marido dela, Alessandro Ribeiro Coris, 18. O casal foi morto a facadas e o idoso a tiros de revólver calibre 38. Em outra casa, também no alto da comunidade, foram mortos a tiros Ulisses Muniz Fernandes, 23, e Fabiano Montezano, 32.

Wagner de Oliveira Carvalho, o Hulk, 26 anos

De acordo com as investigações, eles teriam sido mortos a mando de Wagner de Oliveira Carvalho, o Hulk, 26. Apontado como o chefão do tráfico de drogas no Morro do Boa Vista, ele teria ficado insatisfeito com quatro das vítimas, que estariam comprando drogas na Favela Buraco do Boi, controlada pelo CV, para revender no Morro do Holofote. O único que não possuía qualquer envolvimento com o tráfico de drogas era Edson Pacheco, executado como queima de arquivo.

Diego Araújo de Aquino, o Didado, 22 anos

Segundo a Polícia, Hulk fez questão de participar da ação junto com os comparsas identificados como Diego Araújo de Aquino, o Didado, 22, e Diogo Fidélis da Silva, o Macumba, também de 22 anos. Todos possuem mandados de prisão e passagens pela Polícia por crimes como tráfico de drogas, homicídio, porte ilegal de arma e receptação.

Diogo Fidélis da Silva, o Macumba, 22 anos

Já na madrugada de sexta-feira, dia 14, três bandidos morreram e um PM ficou ferido. Policiais do 12º BPM que reforçavam o policiamento no Morro do Boa Vista receberam a informação de que os traficantes tinham fugido pelo alto da comunidade, correndo para a Rua Andrade Pinto, no bairro de Fátima. Os PMs se deslocaram para o endereço e se depararam com homens armados, que atiraram em direção à viatura.

O cabo Júlio César Pinto da Conceição, 36 anos, foi atingido na boca e levado para o Hospital da Polícia Militar (HPM), em Santa Rosa, na Zona Sul de Niterói. No entanto, foi transferido para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, na região central do Rio, porque não havia cirurgião bucomaxilo na unidade niteroiense.

Ronaldo Domingos dos Santos, 23 anos

Os traficantes, identificados como Ronaldo Domingos dos Santos, 23, e Rodrigo Ferreira de Oliveira, o Cabrão, 25, foram socorridos pelos próprios PMs e levados para o Hospital Estadual Azevedo Lima, no Fonseca, na Zona Norte de Niterói, mas não resistiram aos ferimentos. Com eles, os policiais apreenderam três pistolas – calibres 40, 45 e 9 mm.

Segundo a Polícia, Ronaldo morava no Morro Santo Cristo, na Gamboa, no Rio de Janeiro, e participou da invasão. O corpo do terceiro criminoso foi encontrado na manhã de sexta-feira, em um matagal situado atrás da Igreja Nossa Senhora de Fátima, que dá acesso ao Morro Boa Vista. Ele foi identificado como sendo Everton Oliveira de Matos, 16.