Arquivo de 13 de julho de 2009

Fotos: Felippo Brando

Policiamento(Largo da Segunda feira) 2

Um ano e três semanas após a criação da lei estadual que impõe normas para a realização de bailes funks no Rio de Janeiro, a Polícia Militar vai passar a coibir os bailes irregulares. A informação foi dada na manhã desta segunda-feira, dia 13, pelo coronel Marcus Jardim Gonçalves, comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA).

“A Polícia Militar não tem discriminação ou preconceito contra qualquer tipo de música ou manifestação cultural. O trabalho da corporação é garantir a preservação da ordem pública”, ressaltou o oficial, durante supervisão ao reforço do policiamento fixo instalado na esquina das ruas Conde de Bonfim e São Francisco Xavier, no Largo da Segunda-feira, na Tijuca, na Zona Norte do Rio.

Policiamento(Largo da Segunda feira) 1

No mesmo endereço, por determinação do comandante geral da corporação, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, foi instalado um posto da Ouvidoria da PM. Nele, moradores podem fazer denúncias e sugestões. Quem preferir, pode usar a internet, através do endereço http://www.policiamilitar.rj.gov.br, 24 horas por dia; ou o telefone, ligando para os números 2233-2765 ou 2233-2766, de segunda-feira a sábado, das 9h às 18h.

Foi no local que, na sexta-feira, dia 10, o cabo Ênio Roberto Santos Santiago, 38 anos, foi baleado ao tentar impedir que um casal fosse assaltado. Motorista do comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tenente-coronel Alberto Pinheiro Neto, o PM esperava o oficial quando presenciou a tentativa de roubo.

Policia

Ele conseguiu impedir o crime, mas foi baleado duas vezes e morreu no dia seguinte, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. O carro utilizado pelos bandidos foi encontrado no Morro do Turano, no mesmo bairro.

Carro(policial morto) 2

“Vamos trabalhar para coibir os bailes que não têm autorização para funcionar, pois é antes, durante e depois deles que os criminosos se aproveitam para praticar crimes”, destacou o coronel Marcus Jardim, minutos após o enterro do corpo da doméstica Vera Lúcia Rodrigues, 34.

A doméstica foi uma das três vítimas fatais do tiroteio ocorrido no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, também na Zona Norte, na noite do último sábado. Emocionadas, dezenas de pessoas, entre familiares e amigos, acompanharam o cortejo. O corpo foi enterrado na gaveta 641 da quadra 10 do Cemitério do Catumbi, no bairro de mesmo nome, na região central do Rio.

Doméstica Vera Lúcia Rodrigues, 34 anos

Doméstica Vera Lúcia Rodrigues, 34 anos

“Ela só repetia “tá doendo muito, tá doendo muito” e eu falava “calma, que o médico vai te salvar””, relembrou Marcelo de Araújo, 34, casado com a doméstica há 10 anos e instrutor de futebol do Suderj Informa, projeto de democratização à prática esportiva que atende a comunidades carentes.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 7

“Estávamos reconstruindo a nossa casa porque pretendíamos ter um filho. Ela sempre foi uma pessoa elétrica e ter que vê-la deitada estática é o mais triste. Não tinha baile funk naquele horário e se tivesse, haveria mais de 3 mil pessoas no lugar. A Polícia é despreparada. As conseqüências, quem sofre, somos nós”, desabafou.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 2

Há sete meses, a doméstica trabalhava no apartamento da autônoma Eliana Rodriguez, 56, que também é moradora de Vila Isabel e fez questão de comparecer ao enterro.

“Ela era uma pessoa maravilhosa e eu, que tenho dois filhos homens na mesma faixa etária que a dela, a tinha como uma filha. Isso que aconteceu foi uma coisa muito estúpida. Do meu quarto eu ouço os tiros lá e fico imaginando o pânico que deve ser”, revelou.

A cunhada de Vera, que a acompanhava na volta para casa, juntamente com a filha, de 12 anos, contou que elas voltavam de uma festa e chegaram à comunidade por volta das 22h.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 15

“Começou a chover muito e paramos em uma barraquinha para descansar e esperar a chuva diminuir. Neste momento, chegou o caveirão e os PMs começaram a atirar para todos os lados. Nós corremos tentando nos proteger. Eu me escondi atrás de uma caixa de som. Fiquei com uns arranhões no rosto e no corpo, mas me salvei”, relembrou a dona-de-casa, de 32 anos, que pediu para não ter a identidade revelada.

A filha dela também sofreu escoriações pelo corpo e torceu o pé na fuga. Ela foi a primeira a ver a tia sendo atingida e correu para chamar o tio para socorrê-la.

No total, foram três mortos e seis feridos. Além da doméstica, também morreram outros dois homens. Um deles, Reginaldo Andrade dos Santos, 30, tinha vindo de Minas Gerais para visitar a mãe. O outro não foi identificado.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 3

Os feridos, Júlio César dos Santos, 35, baleado nas costas; e Douglas Lima da Silva, 11, e o PM Edmilson Carrarini Leal, lotado no 6º BPM (Tijuca), ambos atingidos por estilhaços, foram medicados no Hospital Geral do Andaraí, no bairro de mesmo nome, e liberados em seguida.

Outros três baleados, Maria Geraldina da Silva, 59, e Alexandre Oliveira da Silva, 23, ambos baleados na perna direita, e Paulo Vinícius Pimentel de Almeida, 33, continuavam internados, até o final da manhã desta segunda-feira, dia 13.

Policiamento(Largo da Segunda feira) 6

Policiais militares lotados no 6º BPM, com auxílio do veículo blindado do 3º BPM (Méier), chegaram à comunidade no final da noite de sábado, dia 11, por determinação do comandante da unidade, tenente-coronel Fernando Príncipe Martins. Em nota oficial, a PM informou que o oficial verificou “a incidência de roubos com ações violentas relacionados a algumas comunidades onde criminosos estariam se reunindo para praticar crimes, se aproveitando do evento musical”.

Ainda através da nota, a corporação afirmou que “procura coibir a realização de quaisquer eventos não-autorizados, principalmente em que sabidamente ações criminosas são promovidas, como consumo e vendas de drogas, utilização de armas de fogo” e que “a ação policial é planejada para ser realizada antes do início do evento, procurando assim, evitar o confronto com criminosos armados”, explicou, no documento.

Moradores do Morro dos Macacos – onde o tráfico de drogas é controlado por criminosos da facção Amigos dos Amigos (ADA) – revelaram que o baile funk costuma ser realizado na Rua Conselheiro Correia, mas que no momento da incursão policial o único evento realizado na comunidade era uma festa julina, na localidade conhecida como Caminho Central, e onde os PMs sequer chegaram. Ainda segundo os moradores, era naquela festa – onde eram tocadas músicas de vários estilos, inclusive funk – em que os traficantes estavam.

“Os policiais chegaram atirando e não acertaram nenhum bandido, porque eles estavam lá no alto do morro. Ali embaixo só havia trabalhadores e moradores inocentes”, desabafou um autônomo nascido e criado no morro que preferiu não se identificar.

O projeto de lei que impõe normas para a realização de festas raves e bailes funk no Estado do Rio foi aprovado, por 41 votos a um, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em maio do ano passado, e transformado em lei no dia de 18 de junho de 2008.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 10

De acordo com a lei estadual 5.265, de autoria do ex-deputado e ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins, para se obter uma autorização para a realização de um baile funk é necessário fazer uma solicitação à Secretaria de Estado de Segurança Pública com 30 dias de antecedência; ter comprovante de tratamento acústico; ter um banheiro químico para cada 50 pessoas e câmeras no local; além de ter comprovante de instalação de detectores de metal; comprovante de previsão de atendimento médico de emergência; e ter nada consta da Delegacia de Polícia Civil, do Batalhão de Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Juizado de Menores da área.

Ainda de acordo com o texto da lei, o pedido de autorização para a realização do evento deverá informar a expectativa de público, o número de ingressos colocados à disposição, o nome do responsável pelo evento, a área para estacionamento e a previsão de horário de início e término do baile.

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Fotos: Felippo Brando

Policiamento(Largo da Segunda feira) 2

Um ano e três semanas após a criação da lei estadual que impõe normas para a realização de bailes funks no Rio de Janeiro, a Polícia Militar vai passar a coibir os bailes irregulares. A informação foi dada na manhã desta segunda-feira, dia 13, pelo coronel Marcus Jardim Gonçalves, comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (1º CPA).

“A Polícia Militar não tem discriminação ou preconceito contra qualquer tipo de música ou manifestação cultural. O trabalho da corporação é garantir a preservação da ordem pública”, ressaltou o oficial, durante supervisão ao reforço do policiamento fixo instalado na esquina das ruas Conde de Bonfim e São Francisco Xavier, no Largo da Segunda-feira, na Tijuca, na Zona Norte do Rio.

Policiamento(Largo da Segunda feira) 1

No mesmo endereço, por determinação do comandante geral da corporação, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, foi instalado um posto da Ouvidoria da PM. Nele, moradores podem fazer denúncias e sugestões. Quem preferir, pode usar a internet, através do endereço http://www.policiamilitar.rj.gov.br, 24 horas por dia; ou o telefone, ligando para os números 2233-2765 ou 2233-2766, de segunda-feira a sábado, das 9h às 18h.

Foi no local que, na sexta-feira, dia 10, o cabo Ênio Roberto Santos Santiago, 38 anos, foi baleado ao tentar impedir que um casal fosse assaltado. Motorista do comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), tenente-coronel Alberto Pinheiro Neto, o PM esperava o oficial quando presenciou a tentativa de roubo.

Policia

Ele conseguiu impedir o crime, mas foi baleado duas vezes e morreu no dia seguinte, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. O carro utilizado pelos bandidos foi encontrado no Morro do Turano, no mesmo bairro.

Carro(policial morto) 2

“Vamos trabalhar para coibir os bailes que não têm autorização para funcionar, pois é antes, durante e depois deles que os criminosos se aproveitam para praticar crimes”, destacou o coronel Marcus Jardim, minutos após o enterro do corpo da doméstica Vera Lúcia Rodrigues, 34.

A doméstica foi uma das três vítimas fatais do tiroteio ocorrido no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, também na Zona Norte, na noite do último sábado. Emocionadas, dezenas de pessoas, entre familiares e amigos, acompanharam o cortejo. O corpo foi enterrado na gaveta 641 da quadra 10 do Cemitério do Catumbi, no bairro de mesmo nome, na região central do Rio.

Doméstica Vera Lúcia Rodrigues, 34 anos

Doméstica Vera Lúcia Rodrigues, 34 anos

“Ela só repetia “tá doendo muito, tá doendo muito” e eu falava “calma, que o médico vai te salvar””, relembrou Marcelo de Araújo, 34, casado com a doméstica há 10 anos e instrutor de futebol do Suderj Informa, projeto de democratização à prática esportiva que atende a comunidades carentes.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 7

“Estávamos reconstruindo a nossa casa porque pretendíamos ter um filho. Ela sempre foi uma pessoa elétrica e ter que vê-la deitada estática é o mais triste. Não tinha baile funk naquele horário e se tivesse, haveria mais de 3 mil pessoas no lugar. A Polícia é despreparada. As conseqüências, quem sofre, somos nós”, desabafou.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 2

Há sete meses, a doméstica trabalhava no apartamento da autônoma Eliana Rodriguez, 56, que também é moradora de Vila Isabel e fez questão de comparecer ao enterro.

“Ela era uma pessoa maravilhosa e eu, que tenho dois filhos homens na mesma faixa etária que a dela, a tinha como uma filha. Isso que aconteceu foi uma coisa muito estúpida. Do meu quarto eu ouço os tiros lá e fico imaginando o pânico que deve ser”, revelou.

A cunhada de Vera, que a acompanhava na volta para casa, juntamente com a filha, de 12 anos, contou que elas voltavam de uma festa e chegaram à comunidade por volta das 22h.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 15

“Começou a chover muito e paramos em uma barraquinha para descansar e esperar a chuva diminuir. Neste momento, chegou o caveirão e os PMs começaram a atirar para todos os lados. Nós corremos tentando nos proteger. Eu me escondi atrás de uma caixa de som. Fiquei com uns arranhões no rosto e no corpo, mas me salvei”, relembrou a dona-de-casa, de 32 anos, que pediu para não ter a identidade revelada.

A filha dela também sofreu escoriações pelo corpo e torceu o pé na fuga. Ela foi a primeira a ver a tia sendo atingida e correu para chamar o tio para socorrê-la.

No total, foram três mortos e seis feridos. Além da doméstica, também morreram outros dois homens. Um deles, Reginaldo Andrade dos Santos, 30, tinha vindo de Minas Gerais para visitar a mãe. O outro não foi identificado.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 3

Os feridos, Júlio César dos Santos, 35, baleado nas costas; e Douglas Lima da Silva, 11, e o PM Edmilson Carrarini Leal, lotado no 6º BPM (Tijuca), ambos atingidos por estilhaços, foram medicados no Hospital Geral do Andaraí, no bairro de mesmo nome, e liberados em seguida.

Outros três baleados, Maria Geraldina da Silva, 59, e Alexandre Oliveira da Silva, 23, ambos baleados na perna direita, e Paulo Vinícius Pimentel de Almeida, 33, continuavam internados, até o final da manhã desta segunda-feira, dia 13.

Policiamento(Largo da Segunda feira) 6

Policiais militares lotados no 6º BPM, com auxílio do veículo blindado do 3º BPM (Méier), chegaram à comunidade no final da noite de sábado, dia 11, por determinação do comandante da unidade, tenente-coronel Fernando Príncipe Martins. Em nota oficial, a PM informou que o oficial verificou “a incidência de roubos com ações violentas relacionados a algumas comunidades onde criminosos estariam se reunindo para praticar crimes, se aproveitando do evento musical”.

Ainda através da nota, a corporação afirmou que “procura coibir a realização de quaisquer eventos não-autorizados, principalmente em que sabidamente ações criminosas são promovidas, como consumo e vendas de drogas, utilização de armas de fogo” e que “a ação policial é planejada para ser realizada antes do início do evento, procurando assim, evitar o confronto com criminosos armados”, explicou, no documento.

Moradores do Morro dos Macacos – onde o tráfico de drogas é controlado por criminosos da facção Amigos dos Amigos (ADA) – revelaram que o baile funk costuma ser realizado na Rua Conselheiro Correia, mas que no momento da incursão policial o único evento realizado na comunidade era uma festa julina, na localidade conhecida como Caminho Central, e onde os PMs sequer chegaram. Ainda segundo os moradores, era naquela festa – onde eram tocadas músicas de vários estilos, inclusive funk – em que os traficantes estavam.

“Os policiais chegaram atirando e não acertaram nenhum bandido, porque eles estavam lá no alto do morro. Ali embaixo só havia trabalhadores e moradores inocentes”, desabafou um autônomo nascido e criado no morro que preferiu não se identificar.

O projeto de lei que impõe normas para a realização de festas raves e bailes funk no Estado do Rio foi aprovado, por 41 votos a um, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), em maio do ano passado, e transformado em lei no dia de 18 de junho de 2008.

Enterro de Lúcia(morro do macaco) 10

De acordo com a lei estadual 5.265, de autoria do ex-deputado e ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins, para se obter uma autorização para a realização de um baile funk é necessário fazer uma solicitação à Secretaria de Estado de Segurança Pública com 30 dias de antecedência; ter comprovante de tratamento acústico; ter um banheiro químico para cada 50 pessoas e câmeras no local; além de ter comprovante de instalação de detectores de metal; comprovante de previsão de atendimento médico de emergência; e ter nada consta da Delegacia de Polícia Civil, do Batalhão de Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e do Juizado de Menores da área.

Ainda de acordo com o texto da lei, o pedido de autorização para a realização do evento deverá informar a expectativa de público, o número de ingressos colocados à disposição, o nome do responsável pelo evento, a área para estacionamento e a previsão de horário de início e término do baile.

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