Em sete dias consecutivos, 10 policiais militares foram baleados no Rio. Os casos aconteceram do último dia 14 até o dia 20, nas zonas Norte e Oeste; e em Itaboraí, na Região Metropolitana. Dos PMs feridos – dois estavam de serviço – sete morreram. Na segunda-feira, dia 21, não houve policiais feridos, mas, ontem, o Rio de Janeiro registrou mais um caso. Com este, o número de policiais baleados no Estado chega a 146 – sendo que 84 morreram. Dos 62 sobreviventes, 56 eram policiais militares, cinco eram policiais civis e um era policial rodoviário federal. Dos assassinados, 74 eram PMs e 10 eram policiais civis. Do total de 146 policiais, 49 estavam de serviço: 16 morreram.
A última vítima foi o sargento reformado Alexandre José Evangelista dos Santos, 44 anos. Ele estava em seu carro – um Kia Subaru – e trafegava no sentido Centro pela pista lateral da Avenida Brasil, em frente ao Conjunto Habitacional Amarelinho, em Irajá, na Zona Norte. Os criminosos, que ocupavam um Ford EcoSport, emparelharam com o PM e efetuaram disparos. Eles fugiram sem levar o automóvel do sargento, que ainda foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes. No entanto, o PM não resistiu aos ferimentos.
A estatística fez com que o presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Lobão, reativasse um antigo serviço: o Disque-Denúncia da entidade, que oferece recompensa de R$ 2 mil a quem auxiliar na identificação e prisão de matadores de policiais. Quem tiver informações pode passar através do número 8181-7304.
Últimos Casos
No domingo, o cabo Alexandre Pires, 38 anos, foi assassinado dentro de um condomínio fechado localizado na Rua João Adil de Oliveira, também em Irajá. Segundo testemunhas, cinco bandidos com fuzis e pistolas abordaram o policial e fizeram pelo menos 20 disparos. O condomínio, onde moram muitos policiais civis e militares, tem uma única rua de acesso, com cancela. Moradores contaram que os criminosos estavam em dois carros — um Fox preto e um Punto prata.
Lotado no 14º BPM (Bangu), o PM – que estava afastado dos serviços de rua – respondia à Conselho de Disciplina por participar da ação que resultou na morte de uma oficial da Aeronáutica, em 2007. Donos de um carro que havia sido roubado, Larissa e Douglas Gorchinsky recuperaram o próprio veículo, após o assalto, e seguiam para a delegacia quando passaram por uma blitz. A vítima acabou morrendo ao ser baleada por policiais que atiraram contra o automóvel depois que os ocupantes não obedeceram à ordem de parar.
No dia anterior, o cabo René Sátiro de Oliveira, 40, que era lotado no 20º BPM (Mesquita), foi encontrado morto dentro de um Fiesta na Rua Lauro Camargo, próximo ao Morro do Chapadão, na Pavuna, na Zona Norte do Rio. Na sexta-feira, o cabo Sérgio da Cruz, 39, foi surpreendido por dois homens armados, no interior um bar localizado na esquina das ruas Paraná e Joaquim Martins, em Água Santa, também na Zona Norte. Lotado no 3º BPM (Méier), ele havia acabado de sair do serviço e tinha se encontrado com o filho, de 16 anos. O PM ainda conseguiu reagir e, mesmo baleado, saiu do bar e foi até o seu carro. Socorrido e levado para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, ele não resistiu aos ferimentos.
No dia 17, o sargento João Carlos dos Santos Moraes, 40, lotado no 22º BPM (Benfica), foi baleado na barriga durante confronto com traficantes que controlam a venda de drogas na Favela de Manguinhos, em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio. Na véspera, o soldado Guilherme Lourenço Caminha, 32 anos, lotado no mesmo batalhão, foi assassinado em tentativa de assalto sofrida na esquina das ruas Barão de Cotegipe e Emília Sampaio, em Vila Isabel, também na Zona Norte. Quatro criminosos – sendo três em um carro e um em uma moto – cercaram o Astra em que o PM estava, acompanhado pela mulher, e o obrigaram a sair do veículo. Ele foi reconhecido por estar usando a parte de baixo da farda.
Os bandidos, então, fizeram onze disparos em direção ao policial, que foi atingido por seis tiros. Ele ainda chegou a reagir e, na troca de tiros, um dos criminosos também foi baleado. O PM morreu ao dar entrada no Hospital Geral do Andaraí, no bairro de mesmo nome. Um suspeito de participar da tentantiva de assalto, identificado como Moisés Camilo Lucena, 22, foi preso na sala de emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio. Há seis anos na corporação, o PM havia sido aprovado em um concurso da Petrobras e deixaria a farda no próximo mês. No mesmo dia, o cabo José Paulo dos Santos da Silva, 26, lotado no 9º BPM (Rocha Miranda), foi baleado de raspão na perna durante confronto com traficantes no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, também na Zona Norte do Rio. O PM foi socorrido e levado para o Hospital Estadual Carlos Chagas, em Marechal Hermes, sendo liberado após receber atendimento médico.
Na terça-feira, dia 15, os policiais militares José Roberto Santos de Oliveira, 52, e João Rodrigues Russo Neto, 55, foram assassinados, no Engenho de Dentro, na Zona Norte. Eles eram responsáveis pela segurança do presidente da Companhia de Água e Esgoto do Rio (Cedae), Wagner Victer. Os PMs, que estavam em um Toyota Corolla preto, haviam acabado de deixar o presidente da Cedae na casa dele, na Ilha do Governador. Segundo testemunhas, os criminosos – que estavam em um Gol prata – impediram a passagem dos policiais, desceram do carro e efetuaram os disparos.
Horas antes, o sargento Celso Luiz Moreira, 40, lotado no 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), foi morto ao tentar evitar uma saidinha de banco – quando a pessoa é seguida e assaltada após efetuar saque em agência bancária ou caixa eletrônico – em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. O PM estava de folga e percebeu quando um cliente que saía da agência do banco Itaú localizada na Estrada dos Bandeirantes foi abordado por dois homens em uma moto. Ao tentar impedir o assalto, o PM foi baleado – na cabeça, nas costas e no olho.
No dia 14 de setembro, o soldado Alessandro Fonseca Dias, 36 anos, lotado no 12º BPM (Niterói), estava de folga quando foi baleado pelo soldado Elias Medeiros Coelho, do 35º BPM (Itaboraí), que estava de serviço. O crime ocorreu no bairro Santo Expedito, em Itaboraí, quando o soldado do 12º BPM saía de um clube. O carro do PM, que era dirigido por sua mulher, Nívea Dias, colidiu com o do também soldado da PM Fredson Nascimento Pereira, lotado no Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE). Os três iniciaram uma discussão e uma viatura do 35º BPM que passava pelo local tentou intervir, mas um dos integrantes da equipe acabou atingindo Fonseca. Ele alegou ter agido em legítima defesa, mas foi autuado por tentativa de homicídio e encaminhado para o Batalhão Prisional Especial (Bep), em Benfica.
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